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O mercado de brechós de luxo está crescendo quatro vezes mais que as vendas de produtos novos. Economia, consumo consciente e busca por um estilo mais autêntico são alguns dos motivos para o novo hábito
por Elaine Ortiz
Atualizado em 11 de fevereiro, 2021
A imagem de um lugar empoeirado, com roupas velhas e amontoadas não representa mais a realidade dos brechós de luxo. Lojas organizadas e agradáveis, com peças higienizadas e até mesmo customizadas, sinônimo de estilo, autenticidade e bom gosto são, cada vez mais, tendência entre consumidores no mundo todo.
Segundo estudo do Boston Consulting Group (BCG), realizado com 12 mil consumidores em dez países, incluindo o Brasil, as vendas de produtos de luxo de segunda mão vêm crescendo, em média, 12% ao ano em nível global, contra 3% dos produtos novos.
Para a planejadora financeira da Par Mais, Malu Spricigo, um dos principais motivos para a ascensão do modelo de negócio é econômico. “A alta do dólar inviabiliza as pessoas de adquirirem produtos importados, como consequência, aumenta a procura pelos brechós de luxo por quem quer manter um padrão de vida”, explica.
“Outro motivo evidente é que os consumidores estão cada vez mais entendendo que produtos de grife, no geral, mantém a qualidade por muito mais tempo e essa durabilidade vai em linha também com o consumo consciente. Se hoje a gente compartilha casa e carro por que não compartilhar roupas e acessórios?”.
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De acordo com o Sebrae/RJ, o número de brechós no Brasil cresceu 210% em cinco anos. A consultora de estilo e visagista Débora Crivellaro, idealizadora da Casa Rosa Brechó e Atelier, brechó de luxo inaugurado em novembro em São Paulo, é uma das empreendedoras que reforçam o crescimento do setor. Após atuar como jornalista especializada em moda e luxo por mais de duas décadas, ela decidiu investir em moda. “Fiz vários cursos, como stylist e colorimetria, e bordado, no tecido e em pedrarias”, conta.
A ideia do brechó surgiu por conta dela ser uma consumidora desse tipo de loja e ganhou força depois que decidiu, dois anos atrás, que só compraria roupas usadas, não mais roupas novas. “Quando fiz uma ‘limpa’ no meu armário saíram seis malas de roupas praticamente bocas. Ia vender para algum brechó, depois pensei: por que não abrir o meu? Adoro garimpar e entendo de moda. E foi o que eu fiz, depois de muito pesquisar um ponto”.
Sua estratégia de negócio é bordar em pedrarias algumas roupas que garimpa, transformando em peças únicas e novas. A expectativa da empresária é ganhar oito vezes o aluguel do seu ponto, um box localizado em uma galeria da rua Augusta, em São Paulo.
“Acredito que o mercado irá crescer demais, o público que mais compra hoje é o que quer gastar menos”, diz. “ Nas feiras de brechós, cada vez mais comuns nas grandes cidades, o que mais se vê são pessoas de baixo poder aquisitivo em busca de economizar”.
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Segundo o estudo da BCG, o mercado de brechós de luxo movimentou US$ 25 bilhões em 2018. Até 2021 a estimativa é que atinja US$ 36 bilhões, cerca de 9% de todo o mercado de luxo. A maior parte do crescimento dos brechós vem das vendas online, responsáveis por 25% do mercado, sendo os Millennials e a Geração Z os maiores consumidores desse tipo de serviço.
A TROC é uma das referências de brechó online no Brasil. Fundada em 2016 em Curitiba é um brechó 100% online que conecta pessoas que vendem e compram roupas, bolsas, sapatos e acessórios usados de diversas marcas e em bom estado. A curadoria das peças é rigorosa e as roupas que são reprovadas podem ser devolvidas ao dono ou destinadas para instituições de caridade.
“A prática tem tudo a ver com consumo consciente”, diz Malu Spricigo, da Par Mais. “Envolve economia de recurso, já que você utiliza uma peça até o fim de sua vida útil, é como uma reciclagem ”, explica. “A cabeça do cidadão do mundo está mudando, ele quer, cada vez mais, entender como é o processo de fabricação do que compra, comprar menos e impactar positivamente no meio ambiente e na geração futura”.
Segundo levantamento realizado em todas as capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em um ano, aumentou de 68% para 81% o número de brasileiros que estão dispostos a adotar mais práticas de consumo colaborativo no seu dia a dia nos próximos dois anos.
A pesquisa mostra que o consumo por meio de trocas e compartilhamento vem ganhando espaço no cotidiano dos brasileiros e que em cada dez consumidores, seis (62%) compraram algum produto usado nos últimos 12 meses.
Entre os principais motivos para a adoção da prática do consumo colaborativo são a oportunidade economizar dinheiro (45%), evitar o desperdício (44%), diminuir o consumo excessivo (43%), poupar energia e recursos naturais (34%) e poder ajudar outras pessoas (33%).
“A economia compartilhada une dois propósitos, que é fazer o orçamento render e contribuir para um mundo melhor, a partir do uso racional de bens e serviços. A internet ampliou exponencialmente esse movimento, colocando essas pessoas em contato por meio de sites e aplicativos”, explica o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.
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