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CET: o que é Custo Efetivo Total, para que serve e como calcular

O custo de um empréstimo não depende apenas da taxa de juros. Entenda como é feito esse cálculo

por Flávia Marques

Atualizado em 16 de agosto, 2023

CET: o que é Custo Efetivo Total, para que serve e como calcular

Quer saber tudo sobre o custo efetivo total? Então você está no lugar certo. Nesta matéria, você vai entender o que é o CET, as tarifas envolvidas em seu custo, como funciona seu cálculo e onde consultar esses encargos e despesas que incidem sobre uma operação de crédito.

Na busca por um empréstimo, muitas pessoas avaliam apenas a taxa de juros anunciada. A grande questão é que existem muitos outros fatores que influenciam essa conta. Por isso, a melhor maneira de descobrir exatamente o quanto será pago pela quantia emprestada é analisando o Custo Efetivo Total - CET - da operação.

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Quando você sabe exatamente quanto terá que desembolsar evita ter surpresas desagradáveis nas parcelas. Isso porque  algumas empresas usam apenas a taxa de juros para atrair consumidores e nem sempre deixam explícitos todos os custos.

Para te ajudar a navegar pelo conteúdo, confira os seus tópicos:

O que é Custo Efetivo Total (CET)?

Entender o significado do Custo Efetivo Total é importante, pois ele representa a junção de todos os encargos e despesas que incidem sobre uma operação de crédito. Representado pela sigla “CET”, trata-se de um demonstrativo do quanto será pago pelo empréstimo solicitado. Ou seja, essa sigla representa basicamente o valor final (real) da sua dívida.

O problema é que algumas empresas ocultam certas cobranças, chamando atenção apenas para a taxa de juros. No entanto, é preciso estar atento a todos os valores da operação, pois muitas vezes as pequenas tarifas, em conjunto, são as principais responsáveis por encarecer a operação.

É importante destacar que é direito do consumidor ter acesso a esse total antes de fechar negócio. Para isso, basta solicitar uma proposta à empresa, baseada na análise de crédito. Aqui é avaliado o valor desejado e a sua situação financeira. Feito isso, você receberá uma planilha de cálculo com os valores discriminados. E, atenção, desconfie se a financeira se recusar a entregar este documento.

Quais as tarifas envolvidas no Custo Efetivo Total?

As taxas que compõem o CET podem variar conforme a instituição e, até mesmo, de acordo com o relacionamento entre as partes envolvidas. Geralmente são os juros que costumam representar a maior parte desse custo. Por exemplo, algumas empresas cobram taxa de abertura de cadastro enquanto outras optam por isentar. 

Entretanto, isso não quer dizer que os demais encargos devem ser desconsiderados, já que eles são fundamentais para definir se um empréstimo vale a pena ou não. Veja agora quais custos o CET pode abranger:

  • Taxas de juros
  • Taxas de análise de crédito
  • TC – Tarifa de Cadastro
  • Taxas administrativas em geral
  • Seguros em geral
  • Tarifas em geral
  • Tributos em geral IOF (Imposto sobre Operação Financeira)

Entenda algumas delas:

  • Imposto sobre Operações Financeiras (IOF): o Imposto sobre Operações Financeiras é um encargo obrigatório, cobrado de empréstimos, financiamentos, operações de câmbio e títulos imobiliários, que deve ser incluído no valor total do empréstimo.
  • Tarifa de Cadastro (TC): essa taxa é cobrada pelos agentes financeiros para cobrir os custos com a pesquisa sobre a situação financeira do cliente junto aos órgãos de proteção ao crédito e também para a análise e o tratamento dos dados necessários para o início da operação de crédito.
  • Seguros: alguns agentes financeiros também podem cobrar seguros para garantir o pagamento em caso de desemprego ou morte do titular.
  • Taxas administrativas em geral: ainda é possível que os agentes cobrem taxas de manutenção de cadastro e taxas administrativas. Essas cobranças podem variar de acordo com a política de crédito do agente financeiro. 

Lembrando que todas essas taxas, bem como outras que eventualmente são cobradas, devem estar discriminadas em contrato. Assim, o solicitante saberá, de maneira clara, tudo o que deverá pagar durante a vigência do acordo.

Leia também: Empréstimos com juros baixos: onde e como conseguir?

Como funciona o CET?

O CET facilita a vida do consumidor, já que é possível descobrir, verdadeiramente, qual a opção mais barata. Sem contar que fica mais fácil comparar a taxa em várias instituições. Por exemplo, o banco A oferece uma taxa de 5% e o banco B de 4%. Por mais que aparentemente os juros maiores assustem, a situação do A pode ser mais vantajosa que o B. Afinal, cada um utiliza um indexador diferente, uma TC (Tarifa de Cadastro) menor, entre outros. Dessa forma, o valor final pode variar bastante de uma empresa para outra e nem sempre a menor taxa representa o melhor empréstimo.

A partir disso, você consegue comparar com mais segurança as linhas de crédito e evitar surpresas desagradáveis ao assinar o contrato.

Quando você sabe com antecedência esse total fica mais fácil, inclusive, se planejar financeiramente. É possível definir a quantia a pagar na parcela mensal sem prejudicar seu orçamento. Assim, quando chegar a primeira cobrança você já está preparado.

Além de evitar que o solicitante pague mais do que imaginava por uma operação de empréstimo, considerar o CET é a melhor maneira de comparar as ofertas de crédito entre diferentes instituições financeiras.

Isso porque uma oferta de empréstimo com taxa de juros menores do que outra não necessariamente será mais barata. O valor pago no final das contas dependerá diretamente do valor cobrado pelas demais taxas que vimos no tópico anterior.

Então, ao se deparar com ofertas de empréstimo em bancos com juros reduzidos, é importante saber quanto a instituição cobrará por todas as taxas compõem o CET.

De acordo com a resolução do Banco Central, que dispõe sobre o Custo Efetivo Total, é obrigação da instituição financeira expor essa informação de forma clara no contrato de empréstimo. Isso garante mais transparência para as operações de crédito e permite que o solicitante se planeje de maneira adequada para honrar com o compromisso assumido.

Estar atento ao CET é um passo fundamental no planejamento de quem pretende solicitar um empréstimo. Outro cuidado muito importante é declarar corretamente esses valores na hora de preencher o imposto de renda.

Leia  também: Taxa de juro de empréstimo: entenda como calcular

Como calcular o Custo Efetivo Total

De acordo com norma do Banco central, o agente financeiro também deve informar ao consumidor o cálculo feito para chegar no CET. A fórmula oficial do CMN (Conselho Monetário Nacional) para chegar ao CET é a seguinte:

Veja o que significa cada uma das letras:

  • N: prazo do contrato, contado em dias corridos;
  • J: intervalo entre o desembolso inicial e a data do pagamento das quantias periódicas;
  • FCj: todos os custos cobrados (juros, taxas, seguros, etc.);
  • Dj: data do pagamento;
  • D0: data de liberação do crédito pela credora financeira;
  • FC0: valor do crédito, deduzido das despesas.

Veja, a seguir, um exemplo de financiamento imobiliário com valor líquido de R$ 200.000,00, em que a financeira em questão informou as seguintes despesas para efetivar a contratação:

  • Despesas de avaliação do imóvel e jurídica = R$ 980,00
  • Despesas de cartório (notas e registro) = R$ 2.584,87
  • Seguros (DFI – Danos Físicos do Imóvel + MIP – Morte e Invalidez Permanente) = R$ 64,13 ao mês
  • Taxa de administração = R$ 25,00 ao mês
  • IOF (1,91% x valor do empréstimo + despesas de avaliação) = R$ 3.840,82
  • Taxa de juros mensal = 1,42% ao mês

Veja agora as condições do financiamento imobiliário informadas pela financeira. Vale ressaltar que as nomenclaturas utilizadas aplicam-se a uma calculadora financeira, como a HP-12C, por exemplo:

  • PV: “Valor Presente”, que significa o montante que de fato o mutuário colocou no bolso com a contratação do empréstimo ou o quanto o mutuário deixou de desembolsar ao contratar o financiamento. É o valor bruto do financiamento (Considerar o valor líquido do financiamento + despesas de avaliação + IOF) = R$ 204.830,32
  • n: Número de parcelas a pagar = 180
  • Parcela: informado pela instituição (em nosso caso: R$ 3.083,68)
  • PMT: “Payments”, ou o valor total das parcelas mensais que o mutuário terá que desembolsar para pagar o empréstimo ou financiamento, incluindo seguros e taxas. Prestação Mensal Total = Parcela + seguros + taxa administrativa (em nosso caso R$ 3.255,27)
  • i: “interest” – taxa de juros ou CET, se for isso que estamos calculando. No caso, taxa de juros mensal = 1,42%

Para o cálculo do Custo Efetivo Total consideraremos não só os juros, mas todas as despesas que compõem a Prestação Mensal Total. Dessa forma, com juros mensais de 1,42% chegamos a um CET mensal de 1,54% (a diferença entre os dois números é o impacto das despesas adicionais). A taxa equivalente anual do CET é 20,2% ao ano.

Para que a comparação seja eficaz é necessário certificar-se de que todas as instituições informaram o Custo Efetivo Total da operação. A partir daí, embora os bancos não sejam obrigados a cobrir outras ofertas, o consumidor poderá utilizar a divulgação de forma positiva, estimulando a concorrência e beneficiando-se com melhores preços.

Tire suas dúvidas

Veja abaixo as respostas para as principais dúvidas sobre Custo Efetivo Total (CET).

Qual a diferença entre taxa de juros e Custo Efetivo Total?

Como explicamos acima, o CET é a soma de todos os tributos, taxas, seguros, encargos e outras tarifas que são pagas às instituições financeiras ou fintechs como a Creditas na tomada de crédito como no caso de um emprestimo. A taxa de juros é apenas um dos valores que compoem o CET e que ainda conta com outras tarifas como IOF, tarifa de cadastro, taxas adminsitrativas etc.

Ainda tem alguma dúvida sobre o assunto? Quer sugerir uma pauta? Escreva nos comentários abaixo.

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