Simule seu crédito
Soluções
Seguros
Soluções de seguros para proteger suas conquistas. Cote online, compare preços e economize com a maior corretora online do país, a Minuto Seguros, uma empresa Creditas.
Para você
Empresas
Controle Financeiro
Com o avanço do surto e novos casos reportados, bolsas do mundo todo passaram a operar em queda. Entenda por que isso acontece e os impactos da situação na economia mundial e brasileira
por Flávia Marques
Atualizado em 11 de fevereiro, 2021
RESUMO DA NOTÍCIA
|
O avanço da epidemia de coronavírus na China, com novos casos reportados a cada dia, fez com que a economia do mundo todo entrasse em estado de atenção - e as bolsas começassem a semana em queda. Os índices acionários de Nova York apresentaram grande recuo, fazendo com que o Dow Jones perdesse todo o ganho acumulados em janeiro. Os índices Nasdaq e S&P fecharam a primeira sequência de dois dias de perdas em 2020. No Brasil, a situação não foi diferente: na segunda-feira (27), o Ibovespa caiu 3,29% e empresas de diversos setores, como mineração, siderurgia e alimentação sofreram desvalorização expressiva.
Com os primeiros casos da doença registrados em dezembro do ano passado, a China vive, desde então, em estado de alerta, principalmente quando a epidemia começou a se espalhar em Wuhan, a sétima maior cidade do país.
Quase um mês depois, a situação é ainda mais preocupante: o coronavírus atravessou fronteiras e já existem infectados em mais de 10 países, incluindo França, Estados Unidos e Japão. Hoje, Alemanha e Canadá também confirmaram os seus primeiros casos.
Na China, mais de 4 000 pessoas estão infectadas e o número de mortos pelo surto chegou, nesta manhã, a 106, segundo autoridades sanitárias do país. Nesta terça-feira (28), após um caso suspeito de coronavírus em um paciente em Minas Gerais, o Ministério da Saúde elevou a classificação de risco do Brasil para o nível dois, que significa “perigo iminente”.
Leia também: Como o desempenho da economia do Brasil afeta suas finanças
Diante de uma situação humanitária e de saúde mundial tão grave, as economias globais passam a responder. Por enquanto, o país mais afetado em termos de projeções ainda é a China, onde foram registrados os primeiros casos. A situação pode ser observada em respostas de órgãos internacionais.
Enquanto em 20 de janeiro o Fundo Monetário Mundial (FMI) previa que o país asiático cresceria 6% neste ano, oito dias depois, a agência de classificação de risco S&P estima que o índice de crescimento pode cair cerca de 1,2 ponto percentual com os efeitos da epidemia.
Além do sofrimento humano e preocupação pelas mortes e efeitos das doenças, as epidemias podem trazer sérias consequências ao desempenho econômico. No caso do coronavírus, os efeitos são ainda maiores, já que o problema tem origem na China, que é a segunda maior economia do mundo.
Por conta da epidemia, a cidade de Wuhan está “isolada”, com o transporte público interrompido e voos cancelados. Além disso, o governo decidiu prolongar por três dias as férias do Ano-Novo, que terminariam em 30 de janeiro, para “limitar o movimento da população” durante o feriado, período em que milhões de chineses viajam para encontrar suas famílias. “Essas medidas têm como efeito mais imediato uma redução da produção no país”, comenta Mauro Rochlin, economista e professor dos MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Rochlin explica que, além de ser um dos protagonistas no comércio internacional, a China também se destaca por ser uma das economias que mais crescem, ao lado da Índia. “Por conta desses problemas e dos desdobramentos desses problemas, a China pode crescer muito menos, e é inevitável que outros países sejam afetados por isso”, afirma o economista. “O resultado é como um efeito cascata, ruim para todo mundo, inclusive para o Brasil”, conclui.
No Brasil, os efeitos dos temores com a disseminação do coronavírus começaram a aparecer. Em um único dia, as empresas que compõem o Ibovespa perderam mais de 120 bilhões de reais em valor de mercado. Mesmo fisicamente distante do centro da doença, a queda mais acentuada no Brasil pode ser explicada pela próxima relação comercial que algumas das principais companhias do Ibovespa têm com a China.
Entre as companhias que mais sofreram desvalorização estão a JBS, processadora de carne e grande exportadora para a China, que viu seu valor derreter 5,45 bilhões, e a empresa de papel e celulose Suzano, que também tem grande atuação no mercado global. Hoje, a companhia perdeu 4 bilhões de reais em valor.
“Os chineses são os nossos maiores parceiros comerciais, e o desempenho do comércio internacional afeta diretamente a nossa produção”, diz Mauro Rochlin. Hoje, a China está entre os maiores compradores de carne e soja brasileiras - o que favorece a nossa economia.
“Com a China crescendo menos, espera-se que ela compre menos desses e outros produtos. Com a diminuição da demanda, o Brasil também precisará reduzir os preços de venda para o mercado internacional, o que prejudica a economia”, explica.
Leia também: O que falta para a economia brasileira decolar de vez?
Enquanto o mundo assiste os avanços da nova epidemia, líderes globais e econômicos ainda são cautelosos a fazer projeções sobre os impactos da doença. Em entrevista à rádio CBN, o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, afirmou que, por ora, há apenas especulações econômicas sobre o caso. Para o líder global, projeções de crescimento econômico não podem ser pautadas pelas respostas do mercado financeiro.
O professor Mauro Rochlin concorda com a linha de raciocínio. Para o economista, também é cedo para prever os impactos do coronavírus no desempenho da economia brasileira.
Leia também: Os 10 maiores riscos para o mundo em 2020, segundo a Eurasia
“Estamos falando de uma epidemia cujo contágio acontece de maneira muito rápida, e isso obriga que medidas sejam tomadas rapidamente”, explica o especialista. “Como consequência, a economia chinesa fica desaquecida e afeta o Brasil, mas para falar de impactos a longo prazo, é preciso avaliar por mais tempo a duração do surto e as proporções que ainda vai tomar”, defende o economista.
Imagem: United Nations News
Newsletter
Exponencial
Assine a newsletter e fique por dentro de todas as nossas novidades.
Ao assinar a newsletter, declaro que concordo com a Política de privacidade da Creditas.