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Opção, que concorrerá com parcelamento sem juros, vai aparecer na tela das maquininhas no ato da compra. A ‘nova’ modalidade, porém, ainda não está muito clara para órgãos de defesa do consumidor
por Thiago Fadini
Atualizado em 17 de agosto, 2023
Nesta semana os brasileiros ganharam uma nova opção para parcelar suas compras: o crediário no cartão de crédito. A modalidade terá os juros das parcelas explicitados no ato da compra, na tela da maquininha, e foi lançada pela Associação Brasileira de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) com o intuito de competir com o modelo de parcelamento sem juros dos lojistas - que embute as taxas nos pagamentos.
Com essa novidade, toda vez que o consumidor for pagar as compras com o cartão de crédito, aparecerá uma opção com o crediário na tela da maquininha, além das possibilidade de pagamento com débito, crédito à vista e crédito parcelado. O novo parcelamento, que terá um prazo de amortização mais longo, mostrará os juros e os valores que recairão sobre a parcela já no ato da compra. Ou seja: será possível simular as taxas e prazos do crediário por meio dos equipamentos.
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Uma das mudanças proporcionadas pela nova modalidade é o tempo que o empresário receberá o pagamento à prazo. Atualmente, com as compras parceladas, os empresários levam até 30 dias para receber o valor da compra passada pelas maquininhas. Com a opção do crediário no cartão, porém, o lojista poderá receber os recursos da compra de forma antecipada, em até cinco dias. Neste caso, o risco da operação ficará a cargo do emissor do cartão.
Com o tempo de espera do pagamento ter sido reduzido em ao menos 25 dias, a Abecs estima que os consumidores passem a ser beneficiados com descontos em compras no crediário do cartão - ou seja, os descontos poderão ir além das compras no débito (à vista).
Já em relação às taxas de juros que serão aplicadas na operação vão variar de cliente para cliente. Os juros serão definidos por cada banco, que cobrarão o valor conforme sua estratégia e política. Para se definir esse valor, serão levados em conta ainda outros fatores como risco de inadimplência e relacionamento com o cliente. Ou seja, a taxa de juros é volátil.
Os bancos preveem um impacto positivo no mercado como um todo, defendendo que o crediário no cartão de crédito pode ajudar a reduzir as altas taxas que são cobradas sobre o crédito rotativo - aquele que é aplicado quando a pessoa paga o valor mínimo da fatura.
A opção de crediário no cartão chega num momento em que o crédito oferecido no mercado a consumidores e empresários cresce a cada mês. De acordo com dados do Banco Central, o saldo total de crédito em fevereiro deste ano aumentou 0,3% em relação a janeiro. Já o acumulado de 12 meses registrou um avanço de 5,5%. E a expectativa é que o crescimento chegue a 7,2% até o fim de 2019, segundo o Relatório Trimestral de Inflação divulgado pelo BC nesta quinta-feira (28).
Já órgãos de defesa do consumidor e especialistas acreditam que a modalidade pode se tornar mais um fator de mau endividamento. A Fundação Procon-SP, por exemplo, notificou a Abecs nesta sexta-feira (29) e cobrou mais detalhes sobre o novo produto, como as diferenças entre as demais opções que existem atualmente no mercado, a definição das taxas de juros, se as maquininhas apresentarão todas as informações de clara ao consumidor e o que será feito pela associação caso haja inadequação do novo sistema. O prazo estipulado pelo Procon-SP para resposta da Abecs é de 48 horas.
Ricardo Teixeira, coordenador do curso de MBA em gestão financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV/RJ) acredita que só será possível mensurar o nível de atratividade do crediário no cartão de crédito no longo prazo, depois de vários fatores serem observados, principalmente a receptividade por parte de quem vai receber os valores das vendas.
“Não vejo, a princípio, uma atratividade nesse produto para, nos primeiros meses, ele disparar. Como a gente está partindo de uma base zero, qualquer crescimento vai parecer grande. Temos que olhar dentro do total transacionado quanto que ele vai representar”, explica. “A depender do tipo de desconto que o comerciante queira dar, ele vai ser mais usado ou menos usado”, completa Teixeira.
O super e o mau endividamento das famílias são os principais temores dos especialistas, já que não existe qualquer garantia de que o crediário no cartão de crédito fornecerá taxas menores que as de outros produtos oferecidos pelas instituições bancárias.
Em contrapartida, o consumidor ganha mais uma opção para recorrer em casos emergenciais. Somado a isso, mais crédito no mercado significa mais dinheiro rodando no país, combustível para o aquecimento da economia.
“Ao dar facilidade, sem burocracia, ajuda a aquecer a economia. Por outro lado, a facilidade desse crédito oferece risco àquelas pessoas que não têm o hábito de se planejarem financeiramente virem a gastar um pouco mais do que deveriam”, afirma Ricardo Teixeira, docente da FGV/RJ.
Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a oferta menos burocrática de crédito não garante que o consumidor pague taxas menores até o fim da dívida, já que os cidadãos ficarão mais expostos ao sistema de pagamento de juros sobre juros, caso não consigam honrar o valor total da fatura do cartão, e ao pagamento de taxas adicionais que não são cobradas em outras opções de crédito.
Ainda na avaliação do órgão, quando se observa o grupo de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o risco é ainda maior. No crédito consignado, a taxa de juros é fixada em 3%, mas caso ele tome crédito a 5%, como é projeto pelo mercado, por exemplo, já terá praticado a taxa complementar da administradora do cartão. É aí que mora o perigo do mau endividamento.
Por isso, o novo modelo de crédito pode ser útil em situações inesperadas, já que o limite já estará pré-aprovado e os juros explícitos na tela da maquininha. Mas, é muito importante manter um bom planejamento financeiro e o orçamento em dia, para não ficar mal-endividado.
“Às vezes é uma necessidade que passa por cima do ponto de vista financeiro. É quando você realmente está precisando de alguma coisa. O crédito está ali a sua disposição e vai até lhe ajudar, mesmo que esteja pagando juros”, diz Ricardo Teixeira.
O primeiro ponto de alerta é uma possível precipitação por parte do consumidor na hora da compra devido a uma avaliação errada do que compensa mais, se é comprar com o crediário no cartão, parcelamento direto com o lojista ou ainda à vista. Para isso, deve-se observar o custo efetivo total da operação.
“Pra valer a pena pagar esse juro, preciso ter um desconto no valor da compra que justifique. Mesmo que não cubra os juros, você precisa que seja alguma coisa aceitável. Vai ter que levar em consideração a diferença entre um valor de compra à vista e uma à prazo”, pontua Ricardo Teixeira, da FGV/RJ.
Caso opte pelo crediário no cartão de crédito na hora de finalizar a compra na maquininha, o consumidor também deve ter a certeza de que a dívida não vai comprometer em excesso a sua renda. Especialistas em finanças recomendam que o comprometimento com um empréstimo nunca ultrapasse 30% do que o consumidor ganha por mês. Essa análise de comprometimento é importante para que o cidadão pague a fatura integralmente e não atrapalhe as contas mais essenciais. Por isso, ele deve estar consciente de todas as condições para não deixar nenhuma parcela para trás e espantar o fantasma do mau endividamento.
“O comprometimento deve ser sempre o primeiro ponto a se observar. Nessa conta de 30% deve entrar tudo na verdade, IPTU, IPVA, mas não é o que acontece”, afirma Ricardo Teixeira, docente da FGV/RJ.
Itaú - a linha de crédito já está disponível e as parcelas podem chegar a 24 vezes, mas não há informação sobre as taxas de juros.
Bradesco - a opção está disponível desde fevereiro. As taxas variam de 0,99% até 3,99% ao mês, de acordo com o perfil do cliente, e os prazos variam de 2 a 24 meses.
Santander - o lançamento do crediário no cartão de crédito acontece nesta segunda-feira (1º) e terá taxas de juros que partirão de 1,99% ao mês, com prazos finais de pagamento de até 36 meses.
Banco do Brasil - vai oferecer a modalidade no cartão de crédito dos clientes a partir de 4 de abril, com prazos que podem chegar até 24 meses. As taxas de juros não foram divulgadas.
Caixa - está desenvolvendo a opção de Parcelado Crediário e deve disponibilizar a modalidade aos clientes no segundo semestre de 2019. O limite das compras dependerá da avaliação do cliente, bem como a capacidade de pagamento.
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