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Fechamento de comércios e medidas de isolamento devem aumentar desemprego e preocupam 80% dos brasileiros. Saiba como proteger o seu bolso neste período
por Flávia Marques
Atualizado em 11 de fevereiro, 2021
A propagação da COVID-19 e os impactos causados pelo avanço da doença estão deixando os brasileiros preocupados - e não só em relação à saúde. É que, nesta situação, a economia e o bolso da população também são afetados, mas alguns especialistas acreditam que a crise do coronavírus pode ser uma oportunidade para olhar com mais cuidado para as finanças. “Não é hora de se sentir culpado por não ter se preparado para uma situação de crise”, orienta Leandro Benincá, educador financeiro na Messem Investimentos. “O momento requer um exame de consciência para identificar possibilidades de melhorias de hábitos e um plano de ação imediato”.
Na última semana, um estudo realizado pelo Datafolha indicou que a maioria dos trabalhadores teme que a sua renda diminua por causa das mudanças geradas pela pandemia: 80% acreditam que a economia brasileira será muito afetada pelo vírus.
De fato, os números não são animadores. Em nota, a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) declarou que o setor de comércio e serviços deve ser impactado negativamente em mais de 100 bilhões de reais nos próximos meses. Como consequência, a taxa de desemprego, que vinha caindo lentamente, também deve voltar a crescer - e, com ela, o sentimento de insegurança. Mas, neste período, algumas ações podem ajudar a amenizar os efeitos da crise no bolso do consumidor.
Em meio à crise do coronavírus, uma das questões que mais preocupam a população é a falta de reserva financeira. De acordo com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), sete em cada dez brasileiros não guardam nenhuma parte dos seus rendimentos para lidar com imprevistos.
Para os que fazem parte desta estatística, lamentar a falta de planejamento não é uma saída. A solução, segundo os especialistas, é já começar a guardar o que for possível. “Não precisa ser muito. Poupar 10 reais, 100 ou guardar aquela nota que ficou na carteira já é um bom começo”, aconselha Leandro Benincá. “Depois de conseguir um volume maior, o consumidor já pode pensar em aplicar esse dinheiro em um Tesouro Selic ou um CDB com liquidez diária e deixá-lo guardado”.
Daniel Nogueira, especialista em finanças da Crowe, explica que a reserva de emergência ideal deve ter o valor suficiente para cobrir pelo menos seis meses de despesas fixas. “Sabemos que o custo de vida no Brasil é muito alto e muita gente não vai poder guardar dinheiro agora, pois enfrentará dificuldades maiores neste mês, mas uma parcela grande da população ainda tem espaço para cortar gastos e construir a sua reserva”, pondera. “O segredo é adaptar o padrão de vida para encaixar as despesas fixas em um custo bem inferior ao que se ganha”.
Para combater os impactos do coronavírus na economia do país e no dia a dia dos brasileiros, os bancos anunciaram, na segunda-feira (23), medidas de redução das taxas de juros e aumento do prazo para pagamento de empréstimos.
Os cinco maiores do país - Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander - prorrogaram por 60 dias os vencimentos de dívidas de clientes pessoas físicas e micro e pequenas empresas para os contratos vigentes em dia e limitados aos valores que já foram usados pelo consumidor.
Diante dessa possibilidade, alguns consumidores não sabem se devem aproveitar o prazo estendido ou pagar a dívida normalmente, para se livrar da despesa mais depressa. Leandro explica que, em algumas situações, postergar o pagamento é uma boa opção. “Aqueles que têm dinheiro suficiente para pagar as próximas três parcelas mas ainda não têm uma reserva de emergência, por exemplo, podem aproveitar o prazo estendido e poupar o montante para compor sua reserva”, explica. “Quando o prazo terminar, é só continuar pagando o empréstimo normalmente”.
Para operações em outras instituições financeiras, antes de tomar qualquer decisão, é preciso fazer as contas e verificar se a possibilidade de pagamento posterior não tornará o crédito mais caro. “Se a prorrogação do pagamento acarretar em mais juros e tornar o crédito mais caro, essa não é uma solução inteligente”, orienta Daniel Nogueira.
Com o aumento dos casos do novo coronavírus e reforço das medidas de isolamento social em todo o país, os pedidos de delivery de comida também cresceram. Só no segundo fim de semana de março, quando as orientações para que a população ficasse em casa ganharam força, o iFood, maior plataforma de entregas no país, registrou em São Paulo um aumento de 73% nos pedidos de produtos em relação a outras sextas e sábados de 2020.
Embora o aumento da demanda seja natural, já que mais pessoas não estão saindo às ruas, é importante ficar atento para que a comodidade dos pedidos de entrega de refeições não se transforme em uma inimiga das finanças no período da quarentena. “Na rotina normal, muita gente já tem despesas com transporte e alimentação fora de casa. É preciso avaliar se agora o consumidor que usa mais delivery está apenas fazendo uma troca de custos ou aumentando suas despesas com esse tipo de serviço”, explica Leandro Benincá.
Para os que precisam dos serviços de delivery, vale conferir as promoções anunciadas nos aplicativos antes de comprar. “Nos aplicativos de entrega de comida, muitos consumidores optam pelo pagamento no cartão de crédito e só se dão conta do gasto quando a fatura chega. Por isso, é preciso usar essas facilidades com consciência”, alerta Daniel Nogueira.
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Outra alternativa interessante é pesquisar quais comerciantes da região passaram a adotar sistema de entregas e priorizar o consumo de seus produtos para fortalecer a economia local e contribuir para a sobrevivência dos pequenos negócios em tempos de crise. “Vale a pena aproveitar esse período para ser solidário e abraçar uma responsabilidade social, já que os pequenos empresários são os mais afetados pela queda na demanda”, diz o educador financeiro da Messem.
Com mais pessoas fazendo refeições em casa, também aumenta a demanda nos supermercados. O problema é que, aflitos com o período de isolamento, muitos consumidores estão comprando itens em excesso, apesar das informações de que não faltará abastecimento de alimentos.
Essa atitude leva à escassez de produtos, o que aumenta a inflação e, por consequência, encarece os itens. Nessa história, quem mais se prejudica é a parcela da população com menor poder aquisitivo, que passa a enfrentar dificuldades ainda maiores para comprar produtos essenciais.
Mais que isso, comprar além do necessário aumenta as despesas fixas da família e também pode ser uma armadilha para o orçamento. “Esse comportamento motivado pelo pânico prejudica o fluxo de caixa. Isso porque, para estocar comida, muita gente acaba gastando em um mês o que levaria dois ou três meses para consumir no supermercado e desequilibra as finanças”, comenta o especialista em finanças da Crowe.
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Enquanto muitos brasileiros estão em quarentena, algumas instituições de ensino como o Senai, a escola de negócios Saint Paul e a Fundação Getúlio Vargas estão liberando acesso gratuito a dezenas de cursos online - uma oportunidade de turbinar o currículo, adquirir conhecimento e se preparar para o aumento da competitividade do mercado de trabalho. “Estudar não é só uma maneira de ganhar conhecimento mas, também, um caminho para aumentar a sua receita no futuro”, aconselha Daniel Nogueira. “Os cursos disponibilizados em período de crise são ferramentas essenciais e que devem ser exploradas pela população”.
Por outro lado, vale ressaltar que aproveitar o período de isolamento para fazer novas atividades não é uma obrigação. “Neste momento, tem muita gente ansiosa, preocupada, sem cabeça para estudar, e isso é natural”, comenta Leandro Benincá. Para estas pessoas, o melhor é não se culpar e utilizar o tempo disponível de outra forma. “Use esse período para fazer algo que te deixe bem, que te tranquilize. Estamos passando por um momento atípico, e o desespero só piora a situação. Mais do que nunca, manter a calma e os pés no chão é fundamental”, aconselha.
Acompanhar os gastos de perto e identificar oportunidades de corte de despesas deve ser uma preocupação constante, e torna-se ainda mais necessária em tempos de crise. Então, é hora de rever as contas. Observe os serviços de assinatura contratados e verifique se é possível gastar menos em algum deles. “Talvez a sua operadora de telefonia já ofereça um plano mais barato e, como você não está sabendo, fica pagando mais em um pacote antigo”, exemplifica Leandro.
Com mais tempo em casa, aproveite para entrar em contato com os fornecedores de serviços e reavaliar planos, negociar condições e tentar reduzir seus custos fixos. Mas, lembre-se: cuidar das finanças não deve ser uma preocupação exclusiva de momentos difíceis. “É importante fazer esse controle de forma recorrente, e não por apenas um mês, para depois desanimar”, alerta Nogueira.
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