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Prática de consumo mais sustentável e econômica deve dobrar em sete anos. Conheça o fenômeno global e veja maneiras de aplicá-lo no seu dia a dia
por Flávia Marques
Atualizado em 11 de fevereiro, 2021
Há três anos, a dona de casa Vanessa Alves, de 38, sentiu o orçamento doméstico apertar. Foi quando, no armário dos dois filhos, enxergou a oportunidade de ganhar uma renda extra e decidiu vender para outras mães as roupas em bom estado que já não serviam nas crianças. Sem saber, ela fomentava uma tendência global que, hoje, vem ganhando cada vez mais adeptos no Brasil: a economia colaborativa.
A prática de consumo colaborativo valoriza trocas, compartilhamento e reutilização de produtos. O curioso é que, ao mesmo tempo em que parece inovador, consumir de forma compartilhada lembra uma volta às origens, já que, bem antes da invenção do dinheiro, as pessoas obtinham itens por meio de escambo.
E, ao que parece, a tendência deve crescer. Recentemente, um estudo divulgado pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostrou que oito em cada dez brasileiros estão dispostos a adotar mais práticas de consumo colaborativo. O número demonstra uma nova face do consumidor: no ano passado, pouco mais da metade da população considerava aderir esse comportamento.
Depois das vendas bem-sucedidas, Vanessa percebeu que poderia, também, comprar coisas usadas e fazer trocas para economizar dinheiro. À medida que os filhos cresciam, ela anunciava brinquedos, móveis e outras roupas que não serviam mais em grupos de vendas e trocas nas redes sociais. Além disso, passou a comprar itens de segunda mão em bom estado para ela e as crianças.
“Infelizmente, não coloquei no papel o quanto consegui poupar com isso, mas não tenho dúvida de que economizei bastante”, conta a dona de casa. Em algumas situações, o dinheiro arrecadado com as vendas é usado para pagar contas e, em outras, para repor itens que os filhos precisam.
Mas, mais do que propiciar economia no âmbito doméstico, as práticas de consumo colaborativo trazem impactos positivos para a sociedade. Isso porque a reutilização e compartilhamento de objetos contribui para a manutenção de práticas sustentáveis, uma vez que evita a aquisição de novos produtos e, consequentemente, limita a produção e o descarte de materiais no meio ambiente.
O educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, defende que a sociedade está, gradativamente, se reinventado em direção a um modelo mais sustentável. “A economia compartilhada une dois propósitos: fazer o orçamento render e contribuir para um mundo melhor, a partir do uso racional de bens e serviços”, comenta o especialista.
Ao mesmo tempo, a prática tem impulsionado o desenvolvimento de setores que, alguns anos atrás, não eram tão populares. Como consequência, novos segmentos se desenvolvem.
Exemplos disso são os brechós, que vêm ganhando mercado no mundo todo. Em 2018, a venda de peças usadas movimentou 24 bilhões de dólares no mundo, segundo a empresa de análise de varejo GlobalData.
De acordo com a entidade, as projeções são para que esse número dobre até 2023, chegando a 51 bilhões de dólares - o equivalente a cerca de 204 bilhões de reais. Atento às novas práticas de consumo, o setor tem se movimentado para atrair clientes e acirrar a concorrência, investindo na ambientação dos espaços, comunicação visual e marketing.
Quando avaliados os impactos totais da economia colaborativa, os resultados são ainda maiores: a prática passará a movimentar 335 bilhões de dólares em 2025, ante os 150 bilhões de dólares atuais, segundo dados analisados pela consultoria americana PwC.
Para quem não está adaptado às práticas de consumo colaborativo, adotá-las aos poucos é uma boa maneira de começar. José Vignoli defende que, além de contribuir para um estilo de vida mais sustentável, hábitos colaborativos são interessantes para fortalecer o senso de comunidade.
“Trata-se de uma relação de benefício mútuo, em que ambas as partes envolvidas na negociação obtêm algum tipo de retorno, seja o lucro financeiro, a economia de recursos ou a satisfação de uma necessidade”, avalia o educador financeiro.
O estudo da CNDL/SPC levantou as modalidades de consumo colaborativo com maior potencial de utilização, ou seja, aquelas que os brasileiros mais reconhecem que poderiam experimentar no futuro. Além disso, a pesquisa mostrou as práticas que já são mais comuns entre os consumidores.
Assim como peças de vestuário, brinquedos são, em sua maioria, descartados à medida que as crianças crescem. Por isso, alugar ou trocar esses itens são alternativas para economizar dinheiro e, principalmente, evitar o descarte.
Para quem gosta de animais de estimação, hospedagem pets de terceiros pode render dinheiro. Hoje, já existem no mercado algumas plataformas que conectam donos de animais a pessoas que oferecem serviço de hospedagem e até passeios.
No Brasil, a mais popular é a DogHero, que também atua na Argentina e no México. Além de utilizar o serviço e ganhar tranquilidade, você pode ceder espaço em sua casa para o pet.
Entre os consumidores que já são adeptos de alguma prática colaborativa, as mais comuns são as caronas para ir ao trabalho, faculdade, passeios ou viagens - que permitem economia de dinheiro e tempo. Além de aplicativos de carona como Uber, 99 e Cabify, bastante conhecidos, outros já foram desenvolvidos especialmente para viagens mais longas com preços acessíveis.
Por meio do aplicativo Blablacar, por exemplo, os usuários viajam entre cidades e podem escolher seus companheiros de trajeto com base nos perfis e nas avaliações.
Quem tem um cômodo vago ou até um imóvel disponível pode alugar o espaço para temporadas curtas.
O anfitrião pode usar o dinheiro arrecadado para complementar o orçamento ou até arcar com as despesas do local. O hóspede, por sua vez, tem a chance de encontrar estadia mais aconchegante por preços mais baixos e com mais opções de escolha.
A plataforma Airbnb tem garantido boa parte da renda mensal de usuários que enfrentavam dificuldades financeiras. No ano passado, 53% dos que alugaram imóveis o fizeram para obter renda extra. Outros 44% usaram o dinheiro para pagar as contas no fim do mês, segundo pesquisa feita pela plataforma.
Quando o assunto é roupa, os brasileiros também estão dispostos a consumir de maneira diferente. No estudo da CNDL/SPC, um em cada três entrevistados que adotaram práticas de economia colaborativa já compartilharam ou alugaram peças.
Além dos vestuários de festa, que possuem um mercado de locação mais maduro, roupas para o dia a dia também podem ser encontradas a preços mais acessíveis nos grupos de troca e venda nas redes sociais - muito utilizados por Vanessa - e em aplicativos de vendas, que têm categorias específicas para vestuário. OLX, enjoei e Mercado Livre são alguns exemplos.
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