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Rafael Pereira, presidente da associação ABCD, explica como o segmento de fintechs tem mudado a relação da sociedade com o mercado financeiro e como a regulamentação do Banco Central pode contribuir para isso
por Portal Exponencial
Atualizado em 11 de fevereiro, 2021
A inclusão financeira é um dos pontos chaves para reduzir e erradicar a pobreza, assim como para promover um crescimento econômico inclusivo. É o que aponta o Banco Mundial em uma análise elaborada a cada três anos pela instituição. O estudo também revelou que metade da população global ainda não tem acesso a uma conta bancária. A fim de tentar amenizar o problema, o Banco Mundial traçou uma meta de incluir, até 2020, um bilhão de pessoas no sistema financeiro. E tal inclusão será feita por meio de serviços oferecidos pelos celulares e meio digitais – ou seja, com um forte engajamento de fintech - empresa que promove inovação no mercado financeiro por meio do uso intenso de tecnologia.
A medida tem um motivo: o movimento de expansão e fortalecimento das fintechs no mundo tem repercutido - e muito - na interação da população com o mercado financeiro. Apenas no primeiro semestre de 2018, os investimentos globais em empresas do segmento somaram quase 60 bilhões de dólares, em 875 acordos, segundo um levantamento da consultoria KPMG. No Reino Unido, por exemplo, o número de empregos em fintechs superou a quantidade de vagas em bancos tradicionais em quase 10% nesse período, reforçando a força e expansão do setor
Assim como o Reino Unido, outro local que tem chamado atenção é o mercado brasileiro. Dos 60 bilhões de dólares investidos no primeiro semestre do ano passado, quase 260 milhões de dólares foram no Brasil. O aporte mais que dobrou quando comparado com o total investido nos doze meses de 2017: 257 milhões de dólares, ante 134 milhões de dólares.
Mais que isso. No Brasil, o movimento tem ganhado força e expansão. De 2016 para 2017, o número de empresas desse setor cresceu 26%. Além disso, estima-se que existam mais de 400 fintechs no país - sendo que a maior parte delas atua em meios de pagamento, crédito e negociação de dívidas.
Se 2018 foi um ano com notícias positivas ao setor, em 2019 a expectativa é ainda maior. Isso porque no ano passado, o governo federal autorizou a participação estrangeira em até 100% no capital social das instituições autorizadas pelo Banco Central a operarem no sistema financeiro nacional. Sem entraves à participação internacional no segmento, as empresas aguardam, agora, mais engajamento e aportes de fundos.
Além disso, em abril de 2018 o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovasse as resoluções nº 4.656 e nº 4.657, que regulamentaram as operações dessas empresas como instituições financeiras. A medida, então, abriu a possibilidade das fintechs terem o direito de atuar como Sociedade de Crédito Direto (SCD), ou como Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP).
A fintech de crédito Creditas foi a primeira empresa que entrou com o pedido. Em janeiro de 2019 a autorização foi concedida, trazendo um impulso e importante aceno às fintechs. “Agora, os novos players, por meio de tecnologia, podem criar novos produtos e com mais eficiência para ajudar o setor como um todo”, diz Rafael Pereira, presidente da Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD). “A Creditas, por exemplo, vem ajudando o setor oferecendo o crédito com garantia. Essas empresas estão ajudando e trabalhando para dar mais acesso.”
Para entender o impacto da regulamentação do Banco Central no setor das fintechs, a Revista Digital Creditas conversou com o especialista Rafael Pereira. Confira, a seguir, trechos da entrevista:
De forma geral, o mercado brasileiro vem passando por uma grande transformação recentemente. Quando você olha um movimento como esse acontecendo e o Brasil começando a sair de um cenário de recessão, a ter um ciclo das famílias voltando a ter consumo, é um cenário muito positivo para o crédito como um todo. Ainda existem uma série de ineficiências no setor financeiro que são históricas e que são relacionadas ao custo Brasil. Então, diante desse cenário ineficiente, o que temos enxergado é que a principal forma de trazer mais competitividade do setor é a entrada de players novos com um mindset diferente. Se você olhar o Banco Central e uma série de movimentos, o que vai acontecer é que esses novos players vão conseguir, por meio de tecnologia, criar novos produtos e novos serviços que vão beneficiar a sociedade como um todo.
A regulamentação quando bem-feita é superpositiva. Em geral o que acontece é que: se cria um novo mercado, um novo produto, um novo serviço (proporcionado pelas fintechs). Então, a regulamentação vem acompanhando isso. Não dá para regulamentar o que não existe. E o Banco Central foi muito feliz ao deixar o mercado se acomodar para entender o que estava acontecendo e ver onde iria. Com bastante parcimônia, eles conseguiram avaliar bem o espaço e montaram um ambiente regulatório que dá muito mais segurança, não só para a fintech operar num ambiente que tem licença para operar de ponta a ponta, mas para o cliente que lidará com uma instituição que tem supervisão e obrigações para participar do setor.
Tem muita gente interessada. Esse movimento é recente, então muitos acompanharam a fase de discussão de perto. Logo que saiu a regra, surgiu uma ordem de grandeza com uma dezena de fintechs que já estão em processo - ou em vias - de pedir licença. O grande impacto do mercado, na verdade, será agora com as primeiras fintechs operando. Dessa forma, o mercado poderá avaliar efetivamente qual é o impacto, o benefício e o custo de ser uma instituição nova e com autorização do Banco Central. Primeiro, existem os líderes que vão e entram de cabeça, fazem, e acreditam no negócio. Depois, tem aquela parte que quer analisar para aprender com os erros dos outros e seguir o movimento. O Banco Central vem fazendo um excelente trabalho. Tem muita coisa a ser feita, mas é o começo de um belo movimento que pode transformar a forma que a sociedade brasileira se relaciona com o mercado financeiro.
A maneira como se consomem serviços mudou no mundo inteiro. E em qualquer tipo de serviço: de transporte até o setor financeiro (onde fintech se destaca). Tínhamos um serviço de transporte muito ruim em geral em grandes cidades e hoje há uma série de iniciativas que estão mudando isso. Medidas que vão desde aplicativos de táxi, Uber, até mesmo bicicletas e patinetes. Foram criadas uma série de coisas para resolver o problema de transportes nas grandes cidades. E fintech é isso no setor financeiro - onde temos problemas de concentração e de serviços inadequados. A realidade está mudando. Hoje, o cliente conta com mais opção de produtos que não são oferecidos pelos grandes bancos.
O que acontece hoje no mundo como um todo é que não é mais a instituição que manda como o cliente vai se relacionar com ele. Hoje é o cliente que escolhe. Se ele quiser ir na loja, ele vai. Se quiser comprar online, ele comprará pela internet. Essa dinâmica facilita muito e empodera muito o cliente em relação ao sistema financeiro como um todo. E o movimento fintech captura isso muito bem. A maneira de se relacionar é diferente.
Primeiro, quando você não tem opção, você não precisa de educação para procurar. Afinal, quando é tudo igual, como vou procurar algo diferente se não existe? Por que vou procurar crédito entre banco A, B, ou C se as taxas são muito parecidas? Quando há um modelo que se complicou demais e oferece poucas opções - e as taxas são praticamente as mesmas - o consumidor não tem muita motivação para procurar mais. Hoje, porém, estão criando condições para que isso reverta com mais opções ao consumidor. Assim, o cliente não escolhe sem pensar um pouco. Ele passou a avaliar os benefícios, pois existem modelos diferentes que proporcionam esse poder de escolha ao cliente. Então, esse negócio vai se autoalimentando: com mais opção há mais pesquisa. Com mais pesquisa, você passa a aprender mais e vê que há mais benefício. Isso gera um movimento produtivo.
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