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Entenda como acontecem e o que fazer para se proteger dos principais golpes financeiros aplicados durante a folia
por Elaine Ortiz
Atualizado em 11 de fevereiro, 2021
RESUMO DA NOTÍCIA
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Não são só as fantasias que são criativas no carnaval. Os golpes financeiros estão cada vez mais inventivos e o folião precisa estar atento para não cair em armadilhas no meio da festa. Uma das modalidade criminosas que têm invadido as ruas no carnaval é o golpe da troca do cartão bancário.
Os números de casos ainda são imprecisos, mas o volume total de chamados relacionados a algum tipo de fraude por golpes aplicados com o cartão do Nubank, por exemplo, no carnaval de 2019, foi mais que o dobro do registrado no último Réveillon, segundo o banco digital.
“A tecnologia surge para facilitar, mas também apresenta alguns prejuízos”, diz Marcelo Chiavassa, professor de Direito Digital da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas. “Hoje, quando um celular é furtado, é possível ter acesso a uma série de informações bancárias que até pouco tempo atrás não estariam naquele aparelho. O cuidado precisa ser redobrado”.
Furto e roubo de celular, inclusive, continuam sendo os crimes mais cometidos durante o carnaval. Somente em São Paulo, 5 471 queixas de roubos e furtos de celulares foram registradas no ano passado entre 1º e 6 de março, número um pouco menor que o registrado em 2018, quando foram registradas 5.767 ocorrências, 5% a mais.
“Os celulares também são alvos certos de pessoas mal intencionadas. Eventualmente, a gente pensa muito em cartão físico, mas mais do que nunca precisamos pensar nos cartões digitais que estão no celular”, diz Chiavassa. “A utilização de cartão por aproximação também requer mais cuidados, às vezes a pessoa está utilizando o telefone e uma compra é efetuada por meio dessa tecnologia”.
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A estudante de pedagogia, Flora Spina, de 20 anos, estava no bloquinho Bantantã, que circula desde 1979 pelo bairro do Butantã, zona oeste de São Paulo, com sambas e marchinhas clássicas de carnaval, quando foi vítima de um golpe com seu cartão de crédito ao comprar uma cerveja de um vendedor ambulante. “É um bloquinho super pequeno e família, não esperava que isso fosse acontecer lá”, diz.
“Fui comprar uma cerveja de ambulante que não estava muito bem identificando, não era oficial e eu nem me liguei nisso”, conta. “Dei meu cartão Nubank, roxo, igual de todo mundo, e passei no crédito. Eu fiquei olhando, porque sei que existe esse golpe da troca de cartão, mas muito provavelmente ele trocou o meu já na hora que entreguei para ele e, aí ,quando colocou na maquininha, eu digitei minha senha sem reparar se deu aprovada ou não. Ele me devolveu, eu só coloquei na bolsa sem conferir e fui embora. Com certeza ele decorou minha senha enquanto eu estava digitando”.
A estudante conta ainda que só foi notar que estava com um cartão que não era o dela quando tentou comprar outra cerveja, com outro ambulante. “Coloquei o cartão sem ver que não era o meu e digitei minha senha, mas a compra não era aprovada. Achei estranho e fui olhar no meu aplicativo e foi nesse momento que vi que os golpistas já tinham tentado efetuar várias compras”, conta. “Tentaram comprar 1 200 reais, mas não tinha limite, depois tentaram 400 reais, e também não tinha. Conseguiram passar 200 reais. Depois ainda tentaram passar mais 100 reais, mas só tinha 99 reais de limite”.
A última tentativa de compra foi no valor de 8 reais, mas foi negada por senha inválida. Flora acredita que nesse momento seu cartão já estava com outra vítima de golpe. “Depois que não conseguem passar mais nada, eles repassam o cartão para outra pessoa”. Ela conta que demorou para perceber o golpe, apesar das notificações do banco a cada compra, pois no bloquinho costuma deixar o celular guardado.
“Demorei para ver, demorei para bloquear o cartão. Agora vou fazer um boletim de ocorrência e já mandei mensagem para a empresa do cartão tentando estornar os 200 reais que eles gastaram, mas sei que como a compra foi feita com senha será muito difícil eu conseguir ver esse dinheiro de volta. Estou me sentindo lesada, isso atrapalhou meu carnaval, estou sem cartão de crédito agora, mas serviu para eu ficar mais esperta, só vou usar dinheiro e ficarei mais atenta”.
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Para evitar transtornos no meio da folia é necessário redobrar a atenção e tomar uma alguns cuidados. O professor de Direito Digital do Mackenzie, Marcelo Chiavassa, orienta, em primeiro lugar, se possível, não sair com cartão de crédito, levar em dinheiro a quantia que deseja gastar. “Se quiser levar o cartão físico é recomendável deixá-lo escondido, junto ao corpo, vai com doleira, coloca na meia, mas dá um jeito de esconder, porque as pessoas ficam se esbarrando e quando menos espera o cartão ou o celular já foi embora”.
Confira algumas dicas da Federação Brasileira de Bancos para aproveitar o carnaval em segurança:
Não perder o cartão de vista é essencial. É recomendável jamais emprestar o cartão para ninguém, inclusive na hora de efetuar o pagamento de suas compras. Sempre que possível, passe você mesmo o cartão na maquininha, é a melhor forma de evitar que o vendedor digite o valor errado (uma cerveja de 4 reais, por exemplo, pode acabar custando 40, 400 ou 4 000 reais se você não prestar atenção).
Preste atenção quando for digitar a senha do seu cartão. Os golpistas, normalmente, não estão sozinhos e seus comparsas acabam observando os números enquanto você digita. Muitas vezes, no clima de festa, eles distraem as vítimas com conversas aleatórias, danças, tudo para que a pessoa se distraia e não fique atento enquanto utiliza o cartão. Outra prática cada vez mais frequente é o “vendedor” entregar a maquininha para que a pessoa coloque a senha, antes de digitar o valor do produto, dessa forma, diante do “erro”, a senha fica visível.
Outra recomendação é "fantasiar" seu cartão para diferenciá-lo e identificá-lo mais facilmente. O Nubank, inclusive, está distribuindo gratuitamente cartelas de adesivos removíveis para que os cliente personalizem seus cartões de crédito e débito. Ao fazer isso diminui as chances do seu cartão ser trocado por um parecido.
Além de verificar o valor digitado na maquininha ao efetuar pagamentos com seu cartão, é importante não esquecer de conferir, ao finalizar a compra e pegar o cartão de volta, se é o seu nome que está nele. Colocar na bolsa rapidamente e seguir para a folia sem prestar atenção pode custar caro.
Se não for possível deixar o cartão em casa e sair com dinheiro, solicite ao banco que informe por SMS e notificações cada compra realizada com seu cartão. Assim, é possível identificar com rapidez uma transação fraudulenta.
Procure deixar o cartão sempre próximo ao seu corpo. Em caso de encontros acidentais, verifique imediatamente se o cartão que está em seu poder e se é realmente o seu. Em caso negativo, ligue imediatamente para o banco e solicite o cancelamento;
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Em caso de roubo, perda ou extravio do seu cartão, a orientação dos especialistas é ligar imediatamente para a central de atendimento do banco e solicitar o cancelamento do cartão. Em caso de roubo, é recomendável também registrar um Boletim de Ocorrência na delegacia mais próxima.
“Perdeu o cartão, foi furtado, faz um B.O. e avisa o banco, solicite o bloqueio do cartão imediatamente, esses são cuidados básicos que dá para tomar”, diz Marcelo Chiavassa, do Mackenzie. “Uma das cláusulas dos contratos quando se faz um cartão de crédito é justamente avisar o banco e a administradora de cartões assim que perceber o furto ou perda do cartão”.
Segundo passo é nunca guardar a senha junto com o cartão. “Algumas pessoas colocam post-it com a senha colado no cartão, além de ajudar o golpista, diminui as chances do banco querer estornar o dinheiro”, diz Chiavassa. “O banco tem que pagar em casos de fraude, agora se eu permito que alguém pega meu cartão e ainda deixo a senha disponível, não contribuindo em nada para diminuir o prejuízo do banco, o banco não vai querer pagar e o caso terá que ser judicializado”, explica.
O professor diz também que é papel do banco bloquear o uso do cartão em caso de movimentação atípica. “Vamos imaginar que a pessoa gasta todo mês 500 reais no cartão e de repente efetua compras de 3 mil reais. O banco precisa frear, a primeira responsabilidade é checar e bloquear por segurança”.
Outra recomendação importante caso o seu cartão de crédito seja utilizado de forma indevida é pagar a fatura e depois buscar o ressarcimento. “Em tese não precisaria pagar, mas para evitar dor de cabeça, paga-se. Se a pessoa não pagar enquanto discute com o banco os prejuízos do golpe, até a questão ser resolvida, pode ficar com o nome fica sujo e por muito tempo, já que os processos podem levar de 6 meses a 5 anos para serem finalizados”, diz Chiavassa.
“Paga e depois você terá direito de ser ressarcido pelo banco com juros e correção monetária. Agora se a pessoa realmente não tiver condições, é válido tentar uma liminar, explicar que foi vítima de golpe, de estelionato e tentar autorização judicial para não pagar, nesse caso o juiz determinaria a suspensão do pagamento até a decisão final”.
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Foto: Fernando Maia/Riotur/Fotos Públicas
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