A taxa Selic é um indicador fundamental para a economia brasileira, afetando tanto os investimentos quanto o custo de crédito no país. Em outubro de 2024, a Selic está em 10,75% ao ano, mas essa não foi a única mudança recente. A taxa passou por variações ao longo dos últimos anos, refletindo as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) em resposta ao cenário econômico.
Neste artigo, você verá a evolução da Selic nos últimos meses, entenderá como essas mudanças afetam seu bolso e como se preparar para aproveitar essas variações em seus investimentos e financiamentos.
O que é a taxa Selic e como ela funciona?
A Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) é a taxa básica de juros da economia brasileira, utilizada como referência para definir todas as outras taxas de juros, desde os empréstimos e financiamentos até o rendimento dos investimentos em renda fixa.
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Ela é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que se reúne a cada 45 dias para decidir se a Selic deve subir, cair ou permanecer a mesma. Essas decisões são baseadas em diversos fatores econômicos, como a inflação e a necessidade de atrair investimentos estrangeiros.
Quando a inflação está alta, a Selic tende a subir para conter o consumo. Quando a economia precisa de estímulo, a Selic pode ser reduzida para incentivar o crédito e o consumo.
Qual é a Taxa Selic hoje?
O rendimento da Selic definida na reunião do Copom em 06/11/2024 está em 11,25%. Veja abaixo a variação da Selic nos últimos quatro anos.
Taxa Selic em 2024
Em 2024, a Selic está em um ciclo de aumento com crescimento de 0,75 p.p. iniciado em setembro.
Data da reunião do Copom |
Taxa Selic |
31 de janeiro |
11,25% |
20 de março |
10,75% |
08 de maio |
10,50% |
19 de junho |
10,50% |
31 de julho |
10,50% |
18 de setembro |
10,75% |
06 de novembro |
11,25% |
11 de dezembro |
- |
Fonte: Bacen.
Taxa Selic em 2023
Em 2023, a Selic caiu 2 p.p. iniciando o ano em 13,75% e encerrando em 11,75%.
Data da reunião do Copom |
Taxa Selic |
01 de fevereiro |
13,75% |
22 de março |
13,75% |
03 de maio |
13,75% |
21 de junho |
13,75% |
02 de agosto |
13,25% |
20 de setembro |
12,75% |
01 de novembro |
12,25% |
13 de dezembro |
11,75% |
Fonte: Bacen.
Taxa Selic em 2022
Em 2022, a Selic subiu 3 p.p. iniciando o ano em 10,75% e encerrando em 13,75%.
Data da reunião do Copom |
Taxa Selic |
16 de março |
11,75% |
04 de maio |
12,75% |
15 de junho |
13,25% |
03 de agosto |
13,75% |
21 de setembro |
13,75% |
26 de novembro |
13,75% |
07 de dezembro |
13,75% |
Fonte: Bacen.
Taxa Selic em 2021
Em 2021, a Selic subiu 7 p.p., iniciando o ano em 2% e encerrando em 9,25%. Vale destacar que essa variação ocorreu durante a pandemia.
Data da reunião do Copom |
Taxa Selic |
20 de janeiro |
2,00% |
17 de março |
2,75% |
05 de maio |
3,50% |
16 de junho |
4,25% |
04 de agosto |
5,25% |
22 de setembro |
6,25% |
27 de novembro |
7,75% |
08 de dezembro |
9,25% |
Fonte: Bacen.
Qual a previsão da taxa Selic para 2024?
Conforme o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central, a previsão para a taxa Selic em 2024 subiu de 10,5% para 11,25% ao ano.
Esta é a primeira revisão dessa projeção após 11 semanas. A expectativa de elevação na Selic reflete os esforços do Banco Central para controlar a inflação, que também teve sua previsão ajustada para 4,30% em 2024, próxima do limite de tolerância da meta de 4,5%.
Como saber quando a Taxa Selic muda?
A taxa Selic é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que faz parte do Banco Central do Brasil. Para acompanhar quando a Selic muda, você pode seguir o calendário de reuniões do Copom. Veja abaixo as datas para 2024:
- 30 e 31 de janeiro.
- 19 e 20 de março.
- 7 e 8 de maio.
- 18 e 19 de junho.
- 30 e 31 de julho.
- 17 e 18 de setembro.
- 5 e 6 de novembro.
- 10 e 11 de dezembro.
Ficar atento a essas datas é importante porque seus investimentos são afetados diretamente pelas decisões do Copom. Se você possui títulos com rentabilidade pós-fixada ou híbrida, o retorno acompanhará essas definições. Além disso, investimentos de renda fixa como o Tesouro Selic estão associados à taxa.
O que fazer em momentos de variações da Selic?
Com o aumento recente da taxa Selic para 11,25% ao ano, conforme decisão do COPOM em sua última reunião, o custo do crédito tende a se elevar. Diante disso, é importante que o consumidor analise as alternativas de crédito com cuidado, priorizando a quitação de dívidas com juros altos e avaliando as oportunidades de negociação que as instituições oferecem no final do ano.
Aproveitar as variações da taxa Selic pode ser uma estratégia valiosa para quem investe ou busca crédito. A Selic influencia diretamente o retorno de investimentos de renda fixa e o custo de financiamentos e empréstimos.
Em períodos de alta da Selic:
Em momentos de alta da Selic você pode:
- Investir em renda fixa: com a Selic em alta, investimentos como Tesouro Selic, CDBs pós-fixados e LCI/LCA oferecem rentabilidades mais atrativas. Esses títulos são ideais para quem busca segurança com retorno crescente.
- Foco no Tesouro Selic: esse título do Tesouro Direto acompanha diretamente a Selic, garantindo um rendimento positivo. Quanto mais alta a Selic, maior o retorno desse investimento.
- Reserva de emergência: em alta da Selic, usar produtos como Tesouro Selic ou CDBs de liquidez diária para a reserva de emergência garante bom rendimento e fácil acesso ao dinheiro.
Em períodos de queda da Selic:
Em momentos de queda da Selic você pode:
- Investir em renda fixa prefixada: se a Selic tende a cair, títulos prefixados ou Tesouro Prefixado são atrativos, ao garantirem uma taxa fixa superior à futura Selic.
- Tesouro IPCA+: em queda da Selic, os títulos atrelados ao IPCA podem ser interessantes, já que oferecem rendimento que acompanha a inflação, além de uma taxa prefixada.
- Ações e fundos imobiliários: Selic baixa incentiva a busca por ações e fundos imobiliários, que oferecem potencial de ganho maior em um ambiente de juros menores.
- Aproveitar para refinanciar dívidas: reduzir juros de empréstimos: quando a Selic cai, bancos tendem a baixar as taxas de empréstimos e financiamentos. É o momento ideal para renegociar dívidas e conseguir condições melhores.
- Financiamento imobiliário: com a Selic baixa, as parcelas de financiamentos imobiliários também podem diminuir. Considerar a portabilidade de crédito pode ser vantajoso para quem busca melhores taxas.
- Combinar renda fixa e variável: A Selic não deve ser o único critério na composição da carteira. Diversificar entre renda fixa e variável ajuda a equilibrar os riscos e retornos.
- Monitorar o mercado: acompanhar as mudanças na Selic e as expectativas econômicas é essencial para ajustar os investimentos e aproveitar cada oportunidade que surge.
O importante em momentos de variação da Selic é avaliar o perfil de risco e os objetivos financeiros de curto, médio e longo prazo, é crucial. Aproveitar rendimentos altos em títulos pós-fixados na alta da Selic, ou garantir taxas prefixadas antes de uma queda, pode ser uma estratégia eficaz.
Com essas dicas, é possível aproveitar as variações da Selic para melhorar a rentabilidade dos investimentos e reduzir custos de crédito. Assim, você ajusta suas estratégias conforme as mudanças na taxa de juros e otimiza seus resultados financeiros.
Perguntas frequentes
Veja abaixo as respostas para as principais dúvidas sobre a taxa Selic hoje.
Qual é a expectativa para a Selic em 2025?
A previsão da taxa Selic para 2025, de acordo com analistas consultados pelo Banco Central, é que ela encerre o ano em 10,25% ao ano. Essa estimativa considera um ciclo de cortes de juros após um período de alta previsto para 2024, quando a Selic deve atingir até 11,50% antes de começar a ser reduzida novamente.
Qual a influência da taxa Selic na economia?
Mudanças na Selic funcionam como gatilhos que, ao serem puxados, vão impactar toda a cadeia econômica. Por exemplo, quando o governo precisa desacelerar o crescimento da inflação, o Copom tende a elevar a taxa.
Por exemplo: com a Selic em alta, empresários tendem a diminuir os investimentos dos seus negócios. Isso afetará a produção e a geração de empregos. Consequentemente, a renda das famílias e o consumo vão encolher. Dessa forma, a inflação tende a cair.
Em contrapartida, com a Selic em baixa, a população passa a consumir mais, pois os preços estão menores. E nesse contexto entra a lei da oferta e demanda, ou seja, quanto mais alta for a procura por um produto x, menor será a disponibilidade deste produto, ocasionando o aumento dos preços.
A principal função desse índice pelos governos e suas equipes econômicas é buscar um equilíbrio no país, estimulando ou não a economia.
Como a taxa Selic interfere no seu empréstimo?
Se você está considerando pegar um empréstimo, saiba que a queda da taxa Selic favorece a solicitação, pois as instituições financeiras tendem a reduzir as taxas de juros e o consumidor tem um crédito mais barato. Caso o índice seja elevado, ficará mais caro pedir dinheiro emprestado às instituições financeiras, porque acompanham a variação da taxa.
Mas se você já realizou o seu empréstimo e quer saber se a parcela pode mudar, entenda que essa mudança vai depender de algumas escolhas feitas no momento da solicitação, como taxas pré ou pós-fixadas. As instituições também podem atualizar a parcela com relação à taxa Selic, para que o dinheiro a ser recebido não perca valor perante a inflação, mas nesse caso estará especificado no contrato.
Um empréstimo prefixado feito entre julho de 2015 e dezembro de 2016, tinha uma Selic acima de 13,5% como base. Mesmo com a queda, a taxa permanecerá a mesma até o término do pagamento. Vale fazer uma nova simulação de empréstimo com taxas mais baixas para ver se compensa trocar o crédito antigo pelo novo.
Se o conteúdo desta matéria te ajudou a entender qual é a Taxa Selic, saiba que o Exponencial tem tudo que você precisa para melhorar sua vida financeira.