Tesouro Prefixado: o que é, como investir e quando vale a pena

O que é o Tesouro Prefixado?

O Tesouro Prefixado é um título público de renda fixa emitido pelo governo brasileiro, que oferece uma taxa de rentabilidade fixa, conhecida no momento da compra. Isso significa que o investidor sabe exatamente o quanto receberá ao final do prazo, se mantiver o título até o vencimento.

Existem duas modalidades principais de Tesouro Prefixado: o Tesouro Prefixado, em que o valor total é pago apenas no vencimento, e o Tesouro Prefixado com Juros Semestrais, que oferece pagamentos de juros a cada seis meses.

Uma das principais vantagens do Tesouro Prefixado é a previsibilidade: você conhece o valor exato a ser recebido no futuro. Isso o torna atrativo para quem planeja objetivos de médio e longo prazo, como uma viagem ou a compra de um bem.

Além disso, por ser um título emitido pelo governo, é considerado de baixo risco. Essa característica faz dele uma alternativa segura para compor uma carteira diversificada, ideal para quem busca estabilidade.

É importante saber que, por ser prefixado, o título não oferece proteção contra a inflação, o que significa que, caso a inflação aumente acima da taxa contratada, o valor dos rendimentos do Tesouro Prefixado pode cair.

Fala, especialista!

No vídeo abaixo, Juliana Andrade, jornalista e apresentadora da Genial Investimentos, explica o que o Tesouro Prefixado.

Tipos de Tesouro Prefixados

Os títulos do Tesouro Prefixado são divididos em duas modalidades principais, cada uma com características específicas que atendem a diferentes perfis de investidores:

1. Tesouro Prefixado (LTN): esse título oferece uma rentabilidade fixa que é paga integralmente no vencimento. Ou seja, o investidor recebe o valor investido acrescido dos juros apenas ao final do período. Essa opção é ideal para quem tem um objetivo de médio a longo prazo e sabe exatamente quando precisará do dinheiro, como uma viagem ou a compra de um imóvel.
2. Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F): esse título paga juros a cada seis meses, proporcionando uma renda periódica ao investidor. É uma opção interessante para quem deseja complementar a renda recorrentemente, como aposentados. No vencimento, além dos pagamentos semestrais, o investidor recebe o valor principal acrescido dos juros acumulados.

Para quem ele é indicado? 

Os títulos do Tesouro Prefixado são indicados para diferentes perfis de investidores, dependendo de suas características e objetivos financeiros:

Tesouro Prefixado (LTN):

• Perfil do Investidor: ideal para investidores que buscam segurança e previsibilidade nos seus investimentos, com foco em objetivos de médio a longo prazo.
• Objetivos: indicado para quem deseja saber exatamente quanto irá receber ao final do prazo, como quem está planejando uma viagem, compra de um bem ou qualquer outro projeto futuro com data definida.
• Risco e Volatilidade: embora o risco de mercado seja relevante para investidores que precisem vender antecipadamente, a manutenção do título até o vencimento garante a rentabilidade contratada inicialmente, sem impacto das oscilações de mercado.

Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F):

• Perfil do Investidor: mais adequado para investidores que desejam uma fonte de renda passiva periódica, como aposentados ou aqueles que desejam complementar a renda.
• Objetivos: é indicado para quem tem em vista obter rendimentos ao longo do tempo, sem precisar esperar até o vencimento do título para começar a usufruir dos juros.
• Risco e Volatilidade: embora o risco de mercado exista, os pagamentos semestrais proporcionam um fluxo de caixa regular, o que pode ser uma vantagem em momentos de necessidade de liquidez.

Ambos os títulos são boas opções para investidores que desejam uma rentabilidade fixa e que possuem um perfil mais conservador, desde que cientes dos riscos de mercado ao vender antes do vencimento.

A explicação acima ajuda a entender se esses títulos do Tesouro são adequados para suas metas e perfil de risco, permitindo uma escolha mais consciente, mas não constituem uma recomendação de investimento.

Recomendamos que, antes de tomar qualquer decisão, você consulte um assessor financeiro ou especialista em investimentos, considerando o seu perfil de risco e objetivos financeiros.

Vantagens e risco do Tesouro Prefixado

Investir no Tesouro Prefixado pode ser uma boa escolha, mas é crucial entender os riscos envolvidos. A seguir, apresentamos os principais pontos positivos e desafios desse tipo de aplicação.

Vantagens:

1. Previsibilidade de ganhos: o Tesouro Prefixado oferece uma rentabilidade fixa, permitindo que o investidor saiba exatamente quanto receberá no vencimento.
2. Rentabilidade atrativa em cenários de queda da Selic: em momentos de queda na taxa Selic, os títulos prefixados podem valorizar no mercado secundário, proporcionando uma rentabilidade superior para quem mantém o título até o vencimento ou vende em momentos favoráveis. No entanto, há riscos de perda se a venda ocorrer em períodos de alta na Selic.
3. Segurança: como é emitido pelo governo brasileiro, o Tesouro Prefixado tem baixo risco de crédito, pois o risco de inadimplência do governo é considerado muito baixo. No entanto, investidores que precisarem vender o título antes do vencimento estão expostos ao risco de mercado.

Riscos:

1. Volatilidade antes do vencimento: caso precise vender o título antes da data de vencimento, o investidor pode sofrer perdas devido à marcação a mercado.
2. Perda de atratividade em alta da Selic: se a Selic subir após a compra, o valor de mercado dos títulos prefixados pode cair, o que pode resultar em perdas para o investidor caso precise vender o título antes do vencimento. No entanto, se mantido até o vencimento, o rendimento acordado inicialmente é garantido.
3. Tributação: rendimentos estão sujeitos ao Imposto de Renda sobre os ganhos auferidos, com alíquotas que diminuem conforme o tempo de aplicação, conforme a tabela regressiva, que incentiva o investimento de longo prazo.

Compare o Tesouro Prefixado com outros títulos

A tabela abaixo apresenta a rentabilidade dos principais títulos nos últimos 12 meses, evidenciando as diferenças de retorno entre eles.

Fonte: Tesouro Direto (extraído do site em 10/10/2024).

Os títulos Tesouro Prefixado tiveram rentabilidades competitivas no período, especialmente em papéis de curto prazo, como o Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2025, que apresentou uma rentabilidade de 11%.

Pelos dados acima, o desempenhos dos Tesouros Prefixados se compara com outras modalidades do Tesouro Direto, como os Tesouros IPCA+, que oferecem uma rentabilidade ajustada pela inflação. Já os Tesouros Selic, que acompanham a taxa básica de juros da economia, foram os títulos mais rentáveis no período, com retornos superiores a 11%

A escolha entre essas modalidades depende das expectativas em relação à economia. O Tesouro Prefixado se torna mais atrativo em cenários de queda de juros, garantindo uma rentabilidade fixa que pode superar outras opções no longo prazo.

Quando vale a pena investir no Tesouro Prefixado?

Investir no Tesouro Prefixado pode ser uma boa escolha em cenários de queda da Selic para investidores que mantêm o título até o vencimento ou que buscam vender em momentos em que a queda da Selic valorizou o título no mercado secundário. No entanto, a decisão deve ser alinhada ao perfil do investidor e suas expectativas de mercado.

Esse tipo de investimento é ideal para planejamento de médio a longo prazo. Como a taxa é fixa, ele é adequado para quem tem objetivos com datas definidas, como comprar um imóvel ou realizar uma viagem, permitindo saber exatamente o valor a ser recebido ao final.

O perfil do investidor que mais se beneficia do Tesouro Prefixado é conservador a moderado, que busca previsibilidade nos ganhos. Esses investidores valorizam a segurança de saber quanto irão receber, mas precisam estar dispostos a manter o título até o vencimento para garantir essa rentabilidade.

O Tesouro Prefixado também pode ser parte de uma estratégia de diversificação. Em uma carteira equilibrada, ele pode ser combinado com Tesouro Selic, que oferece maior liquidez, e Tesouro IPCA+, que protege contra a inflação, ajustando os riscos conforme os cenários econômicos.

Dessa forma, o Tesouro Prefixado contribui para uma carteira de renda fixa que busca equilíbrio entre segurança e rentabilidade, sendo uma escolha interessante para quem deseja aproveitar a estabilidade em momentos de queda de juros.

Como declarar Tesouro Prefixado no Imposto de Renda?

A tributação dos rendimentos do Tesouro Prefixado segue a tabela regressiva de Imposto de Renda, baseada no tempo que o dinheiro permanece investido. Quanto mais longo o período de aplicação, menor será a alíquota de IR. 

Os percentuais aplicados são:

Fonte: Receita Federal.

Esses rendimentos devem ser declarados no Imposto de Renda na seção 'Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva'.

Além dos rendimentos, o saldo dos títulos adquiridos deve ser declarado na seção 'Bens e Direitos' do Imposto de Renda, utilizando o código “02 – Títulos públicos e privados sujeitos à tributação (Tesouro Direto, CDB, RDB e Outros)”.

Perguntas Frequentes

Veja abaixo as respostas para as principais dúvidas sobre Tesouro Prefixado.

O que é marcação a mercado?

Marcação a mercado é o ajuste diário do valor de um título conforme as variações das taxas de juros e condições do mercado, influenciando o preço de compra e venda no mercado secundário. Esse ajuste é relevante para investidores que precisam vender o título antes do vencimento, por poderem enfrentar ganhos ou perdas dependendo das condições do mercado.

Quando as taxas de juros caem, títulos prefixados se valorizam, pois tem rendimento superior ao disponível em novos títulos. Em contrapartida, quando as taxas de juros sobem, o valor dos títulos prefixados cai, tornando-os menos atrativos em comparação com novos títulos disponíveis no mercado.

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